O que é Vedanta?
Etimologicamente Vedanta = vedanam + antah.
Vedanam significa Vedas, corpo de
conhecimento, conhecimento, sabedoria, visão; enquanto antah significa final. Portanto, Vedanta significa [a parte]
final [dos] Vedas.
Os
Vedas são em número de quatro (Rig, Sama, Atharva e Yajur Veda) e fazem
parte da literatura mais antiga da humanidade. Na parte final de cada um encontram-se
as Upanishads, que recebem a
designação geral de Vedanta. É dito
que existem 108 Upanishads
distribuídas entre os Vedas,
as mais estudadas são: Brihadaranyaka, Chandogya, Isha, Katha, Kena,
Maitri, Mandukya, Mundaka, Prashna e Taittriya Upanishad.
A
etimologia da palavra Upanishad é: upa
= aquilo que está mais perto de você; ni = claramente, definitivamente; e shad = conhecer.
Portanto, Upanishad significa
"conhecer claro e definitivamente aquilo que está mais perto de
você". O que está mais perto de mim sou eu mesmo. Outra designação dada às
Upanishads é shruti = “aquilo que é ouvido”, indicando que é um conhecimento que
não pode ser obtido apenas em livros, sendo necessário o contato com um
professor. Portanto, as Upanishads contêm
sempre uma estória em forma de diálogo entre o mestre e o(s) discípulo(s) que por
intermédio de um hábil manipular de certas palavras e frases significativas
leva o discípulo a reconhecer a verdade sobre Si Mesmo: ele e Todo o Universo são
somente Um.
As palavras são o meio de
conhecimento pelo qual o mestre indica uma verdade já existente. Visto que essa
verdade é algo já existente e conquistada, não há necessidade de adquirir
através de uma ação, mas sim conhecer. O conhecimento revela a identidade entre
o indivíduo (que é você mesmo, incluindo sua mente, seus pensamentos, seu corpo)
e o Todo, conforme indica a grande sentença vêdica "tat tvam asi", "Tu és isso". Ao compreender/reconhecer
este fato, a nuvem da auto-ignorância que encobre nossa visão nos levando a pensar
que somos limitados e separados do Todo, se dissipa. Esta nuvem é inata a todos
e é a maior responsável pelo sofrimento humano expresso pelas carências, sensação
de incompletude, insignificância e insatisfação. Assim, Vedanta torna clara a causa do sofrimento humano e como se libertar
dele, sem fugir da vida e de suas responsabilidades.
Dentro desta tradição de ensino, a prática principal é ouvir, expor-se
ao conhecimento. Relembrando, uma das designações dada às Upanishads é shruti =
“aquilo que é ouvido”. Então é dito que para realizar este conhecimento existe
um processo de três fases: a primeira é expor-nos ao ensinamento, escutar um
professor. Caso haja dúvida, entra-se na segunda fase: o questionamento do que
foi escutado. Tendo realizado o conhecimento, passa-se a última fase que seria
a reflexão, para sedimentar o conhecimento e a visão em mim.
Vedanta, portanto, é tanto o
conhecimento quanto o método de ensino, ambos tendo igual importância dentro da
tradição, e trata de modo geral, da noção de totalidade, de realidade e da
identidade fundamental do sujeito, ou seja, autoconhecimento.
Harih Om
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