14 de mai. de 2012


O que é Vedanta?

Etimologicamente Vedanta = vedanam + antah. Vedanam significa Vedas, corpo de conhecimento, conhecimento, sabedoria, visão; enquanto antah significa final. Portanto, Vedanta significa [a parte] final [dos] Vedas.
           Os Vedas são em número de quatro (Rig, Sama, Atharva e Yajur Veda) e fazem parte da literatura mais antiga da humanidade. Na parte final de cada um encontram-se as Upanishads, que recebem a designação geral de Vedanta. É dito que existem 108 Upanishads distribuídas entre os Vedas, as mais estudadas são: Brihadaranyaka, Chandogya, Isha, Katha, Kena, Maitri, Mandukya, Mundaka, Prashna e Taittriya Upanishad.
           A etimologia da palavra Upanishad é: upa = aquilo que está mais perto de você; ni = claramente, definitivamente; e shad = conhecer. Portanto, Upanishad significa "conhecer claro e definitivamente aquilo que está mais perto de você". O que está mais perto de mim sou eu mesmo. Outra designação dada às Upanishads é shruti = “aquilo que é ouvido”, indicando que é um conhecimento que não pode ser obtido apenas em livros, sendo necessário o contato com um professor. Portanto, as Upanishads contêm sempre uma estória em forma de diálogo entre o mestre e o(s) discípulo(s) que por intermédio de um hábil manipular de certas palavras e frases significativas leva o discípulo a reconhecer a verdade sobre Si Mesmo: ele e Todo o Universo são somente Um.
       As palavras são o meio de conhecimento pelo qual o mestre indica uma verdade já existente. Visto que essa verdade é algo já existente e conquistada, não há necessidade de adquirir através de uma ação, mas sim conhecer. O conhecimento revela a identidade entre o indivíduo (que é você mesmo, incluindo sua mente, seus pensamentos, seu corpo) e o Todo, conforme indica a grande sentença vêdica "tat tvam asi", "Tu és isso". Ao compreender/reconhecer este fato, a nuvem da auto-ignorância que encobre nossa visão nos levando a pensar que somos limitados e separados do Todo, se dissipa. Esta nuvem é inata a todos e é a maior responsável pelo sofrimento humano expresso pelas carências, sensação de incompletude, insignificância e insatisfação. Assim, Vedanta torna clara a causa do sofrimento humano e como se libertar dele, sem fugir da vida e de suas responsabilidades.

        Dentro desta tradição de ensino, a prática principal é ouvir, expor-se ao conhecimento. Relembrando, uma das designações dada às Upanishads é shruti = “aquilo que é ouvido”. Então é dito que para realizar este conhecimento existe um processo de três fases: a primeira é expor-nos ao ensinamento, escutar um professor. Caso haja dúvida, entra-se na segunda fase: o questionamento do que foi escutado. Tendo realizado o conhecimento, passa-se a última fase que seria a reflexão, para sedimentar o conhecimento e a visão em mim.
     Vedanta, portanto, é tanto o conhecimento quanto o método de ensino, ambos tendo igual importância dentro da tradição, e trata de modo geral, da noção de totalidade, de realidade e da identidade fundamental do sujeito, ou seja, autoconhecimento.

Harih Om

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